Buritis troca nuvem de chuva por nuvem de poeira

Desde o início do seu começo, a Terra com nome de palmeira, e agora mais palmeiras do que nunca com adoção das cores verde e branca aos seus prédios públicos, sofre com um probleminha problemático crônico: a poeira. Enquanto em algum cafundó de gruta as cobras trocam de pele, Buritis troca de nuvem: ela se despe das escuras de chuva e se veste das laranjas-douradas de poeira.
Quando cessa o período chuvoso, no qual as pontes rodam, os buracos crescem e as estradas desaparecem, vem a “seca”. Neste período, geralmente a máquina pública desperta dos meses de hibernação e inicia uma frenética recauchutagem da paisagem paisagística antes que os trovões ribombem no horizonte sagrado da selvagem, nem tanto mais, Amazônia e o tempo de acasalamento das libélulas céleres sejam interrompidos.  
Enquanto não chove, a prefeitura dá aquele trato na cidade. Com a estrada boa o motorista buritisense voa, pois sabe que aquela belezura só tem alguns meses de desfruto, assim como a laranja na banca do mercado. Portanto, o pé (ou mão, depende do seu maquinário) no acelerador vai fundo, numa obsessão pela vento da liberdade libertadora.
Alguns motoristas e motociclistas voam tanto que, quando dão por fé, estão adentrando os portais eternos do paraíso ou, quando perdem a direção, acabam caindo no caldeirão fervente do capiroto. Parte dessas partidas se deve à nuvem nebulosa de poeira que, em determinadas horas do dia, desce sobre as adjacências do Candeia como o manto amarelo de encardido pela nódoa da banana. Por falar em banana, bateu saudade espremida aqui no peito do pé do tempo em que o Glorioso Alviverde era o Palácio-da-cor-de-Banana. Quem sentiu saudade dá joinha aí. O Senhor Supremo do Alviverde tem enviado carros-pipas para fechar o portal secreto da morte fatal que se abre sob a penumbra escura-amarela da manta. Tem ainda uma recomendação dos oráculos:
“- Se estiveres sob o manto da nuvem nada-cósmica e vires uma luz, fuja dela. Pode ser o portal se abrindo para sua chamada final derradeira.”
Este blog já tratou dessa situação em posts passados em algumas luas repassadas. Sim. Falamos de almas que chegaram ao paraíso e foram barradas porque estavam empoeiradas. E o local citado era o mesmo: O setor 10. O setor 10 continua, pelo menos nos fins de semana, se vestindo do manto empoeirado da poeira não-cóbsmica. Teixeirão do 10 que o diga. 
Diz Teixeirão que os moradores do setor 10 dormem com a poeira, acordam com a poeira, tomam café, almoçam, jantam é fazem outras "cositas más" com a poeira, se tosse, logo um tijolo cospe. A poeira... sempre ali... onipresente, indiscreta. 





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